Cuidado. Crise à vista!

Cuidado. Crise à vista!

Você está preparado para uma nova crise global? Analise bem o cenário atual.

No mundo moderno, períodos de crise surgem mais ou menos entre 5 e 10 anos. Já faz 10 anos que nada grave no cenário internacional acontece (embora recém saídos de uma crise no Brasil, se é que saímos!). Portanto, a probabilidade de acontecer algo até 2020 é grande.

 

BRASIL

  1. Reforma da previdência. A reforma da previdência, após toda negociação, pode não produzir os resultados desejados na economia ou sequer vai passar no congresso. Confira o Termômetro da Reforma da Previdência e tire suas próprias conclusões.
  2. Reforma tributária? Se vier, ótimo, mas se sua vida depender dela, considere-se morto;
  3. Greve caminhoneiros. Uma nova greve dos caminhoneiros pode explodir a qualquer momento, se as exigências passadas não forem cumpridas pelo atual governo;
  4. O governo Bolsonaro demonstra dificuldades na aprovação das propostas. Falta habilidade e tato nas negociações. “Muitos supunham que a chegada do governo de Bolsonaro por si só daria vida à economia. Mas meses depois, ela continua tão moribunda quanto sempre”, The Economist;
  5. Escândalo do BNDES: Lava Jato é ‘fichinha’ perto do que ainda virá”, diz o artigo do Diário do Brasil. Se abrirem a caixa preta, ou melhor – o buraco negro, do BNDES, as consequências para o Brasil são incalculáveis. Os impactos na moral, política, investimentos estrangeiros e no crédito nacional (do qual o banco é peça chave), são incalculáveis;
  6. Crise na educação. A defasagem no ensino médio é um problema nacional. A educação continuará sofrendo cortes e desatenção por parte dos Governos (no pural sim, pois atravessa mandatos e não tem previsão de reversão), afinal, eles não querem criar cobras dentro de casa. É notório o descaso com a qualidade educacional no nosso país e os fatos estão aí pra comprovar: péssimas notas nas avaliações internacionais, cortes contínuos no orçamento, salários dos professores muito abaixo do satisfatório, etc.

 

INTERNACIONAL

  1. EUA e China estão num impasse quanto às políticas comerciais. E isso afeta todo o mundo, em todos os segmentos, em maior ou menor grau. “Ambos os países estão sofrendo com a guerra comercial e as previsões de crescimento global também estão sendo atingidas.” – G1/BBC News;
  2. China. O crescimento anual da China foi de apenas 6,6% em 2018, o menor em quase três décadas;
  3. Brexit. Com a saída da UE, a economia britânica pode sofrer impactos na ordem de 1,5% a 9,5%, segundo o FMI. Claro que existe os motivos positivos dessa saída, mas esses frutos serão colhidos a longo prazo. As consequências no curto prazo estão contribuindo para um cenário instável nos mercados e afetando as demandas em toda UE e, consequentemente, no mundo;
  4. Tecnologia. Ah, e tem “algumas” novas tecnologias por aí dizimando empresas que não se planejam e não se adaptam. Elas estão criando novos mercados, acelerando ainda mais as mudanças e padrões de comportamento dos consumidores. As novas tecnologias não serão responsáveis por gerar crises, mas tem muita coisa acontecendo por aí e se você continuar como “sempre fez”, o futuro não lhe será promissor.

 

OS SINAIS – NUVENS NEGRAS NO HORIZONTE.

Além de todo esse contexto exposto, existem alguns indicadores, que apontam o surgimento de uma crise no âmbito mundial. São eles:

  1. Rendimentos dos Juros Estadunidenses. Após uma longa tendência de queda que começou em 2014, os spreads de rendimento dos EUA atingiram seu nível mais baixo desde a recessão de 2008 em dezembro de 2018. Se eles ficarem negativos, uma recessão normalmente é projetada para chegar em 12 meses. 
  2. Impulso de Crédito nos EUA. Tendo previsto corretamente as últimas três recessões, uma mudança negativa no impulso de crédito dos EUA é uma indicação confiável de uma desaceleração do mercado. Apesar de um movimento recente em território positivo, ainda está pairando perigosamente perto da zona de risco. 
  3. Leading Economic Index. O LEI examina 10 indicadores principais para chegar a uma taxa de crescimento ou declínio para a economia dos EUA. Embora o crescimento ainda seja positivo, está começando a desacelerar, e um movimento negativo é geralmente uma forte indicação de uma recessão próxima. Saxo Capital Markets
  4. Financeirização: Chegamos ao ápice? Clique aqui e assista um vídeo do Financial Times

 

O QUE FAZER NESSE MOMENTO?

Vamos usar a analogia de um barco e a travessia de águas tempestuosas. Veja a foto no início deste artigo novamente e imagine-se lá na cabine de comando.

Tudo o que você quer é chegar são e salvo ao seu destino. E se você já chegou lá, quer ancorar o barco num porto seguro, de preferência em uma baía protegida naturalmente.

Para chegar até esse porto seguro, serão necessárias ações estratégicas, coragem e disciplina para enfrentar o mar revolto.

  1. Planejamento: Não deixe o barco ficar à mercê do vento ou da maré. Você vai afundar. É preciso planejar a rota, pensar nos diversos itens descrito abaixo, treinar e envolver a equipe na execução;
  2. Vendas: Diminua o risco com uma carteira diversificada e recorrente de clientes fiéis e bons pagadores. Parece uma frase clichê, mas cada palavra em negrito precisa de atenção e ações específicas para se tornar realidade;
  3. Impostos: Nunca foi tão importante investir na melhoria da performance fiscal. Você precisa estar de acordo com a legislação e pagando só aquilo que é necessário. A maioria das empresas paga impostos a mais, sem necessidade.
  4. Custos e despesas: É imprescindível ter controle efetivo dos gastos e manter a estrutura o mais enxuta possível. Um barco precisa estar leve para poder navegar com eficácia, em águas turbulentas;
  5. Controles: O que seria do capitão sem o manche do navio e seu painel de indicadores? Ali ele controla tudo e toma as decisões em tempo real, de acordo com a situação, tendo em vista onde ele precisa chegar;
  6. Capital de giro: É o tanque de combustível, que mantém o motor funcionando a todo vapor. Sem ele, você pára e afunda;
  7. Prazos médios: Um caixa saudável requer equilíbrio entre prazos médios de recebimento, de pagamento e de estoques. Se você não sabe quais são os prazos médios da sua empresa, cuidado. Iceberg à vista! Planeje, pesquise, renegocie, mas ajuste isso o quanto antes;
  8. Reservas financeiras: Se você fizer o dever de casa, vai sobrar dinheiro. E quando sobrar, reserve. As reservas são as provisões de suprimentos no barco (comida, bebidas, combustível, etc.). Você não sabe a dimensão da crise, nem quando ela começará, muito menos quando terminará, ou seja, provisões serão necessárias.
  9. Invista em atendimento e fidelização: É muito fácil encontrar empreendedores reclamando do país, dos políticos, da “cultura”, da economia, da crise, blá blá blá, mimimi, mas poucos se preocupam de verdade em atender bem seus clientes e público em geral. Atendimento é diferencial sim. Atender com agilidade e precisão, seja num café ou restaurante, profissional autônomo ou indústria, no varejo ou em grandes multinacionais, um bom atendimento gera resultados. Ponto.
  10. Gestão de riscos: Riscos são inerentes da atividade empreendedora. Pense, existem riscos em toda parte: Trabalhistas, financeiros, operacionais, jurídicos, ambientais, econômicos, sociais, só pra citar alguns. Entender e mitigar riscos é uma função chave geralmente sob responsabilidade do CEO e/ou CFO;
  11. Hedging. Investir em proteção cambial pode salvar sua vida, caso seu negócio navegue em águas internacionais. As oscilações de câmbio podem facilmente afundar o barco, com perdas financeiras elevadas.

Bem, essas são algumas medidas para evitar uma possível (e provável) crise que se forma no horizonte. Quais outras medidas você enxerga, que serão prudentes em tempos assim? Compartilhe conosco sua visão.

E por fim, quando esse maremoto vier pra cima de você, não diga que eu não avisei. Prepare-se!

Leonardo Grisotto – Leão Bravo Finanças Estratégicas

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