Recursos Financeiros Ainda são uma Barreira no Brasil

O acesso a capital ainda é uma barreira no Brasil. Muito se fala nos recursos financeiros liberados para crescimento por meio dos bancos de desenvolvimento e agências de fomento, mas o que não se fala e nem consta nos registros oficiais, são as empresas que nem conseguem passar pela porta de entrada dessas instituições.

 

Sim, falo da Burocracia. Não quero menosprezar os esforços dos governos para incentivar a economia. O BNDES, por exemplo, liberou R$ 30 bilhões no ano passado para as micro, pequenas e médias empresas. Um valor expressivo sim, mas pouco diante da necessidade nacional e para realmente impulsionar o mercado.

 

Após anos de crise, burocracia elevada (Aprox. 2 mil hrs/ano para processar o pagamento de impostos), custo CLT exorbitante, outras mil novas regulações diárias e carga tributária nas alturas, me diga, como é que a maioria das empresas consegue atender aos critérios abaixo?

 

  • Estar em dia com impostos fiscais e trabalhistas em todas as esferas (federais, estaduais e municipais)
  • Não estar negativado com instituições financeiras
  • Demonstrar bom histórico (registros contábeis em ordem e fidedignos, auditados de preferência)
  • Demonstrar boa capacidade de pagamento
  • Possuir garantias reais para caucionar os contratos

 

Essas são exigências básicas para quem quer pleitear qualquer recurso financeiro junto a bancos públicos (e privados).

 

É insano! É um círculo vicioso. A burocracia e a elevada carga tributária sangra as empresas e depois, quando elas precisam de capital para conseguir crescer, são exigidas situações difíceis de conseguir nesse ambiente descrito. Será que ninguém pára pra pensar nisso? Como sair dessa armadilha?

 

Se você não consegue capital de bancos e agências públicas, precisa direcionar seus esforços para fundos de investimento e atração de investidores privados para seu negócio. Claro que isso vai demandar outros tipos de esforços e concessões. Trazer recursos financeiros pra dentro de casa exige esforço e planejamento. A palavra chave aqui é essa, Planejamento. Captar recursos financeiros exige planejamento, sempre.

 

É preciso fazer um alerta. Claro, existe o outro lado da moeda. É o lado do empresário que não faz o dever de casa, não tem controles internos, não tem a contabilidade e balanços transparentes. Pense bem, qualquer instituição que empresta dinheiro ou investe, precisas avaliar Risco e Retorno. Óbvio. Não existe almoço grátis.

 

O dever e responsabilidade do empreendedor é demonstrar que vai resolver problemas de caixa e fazer os negócios crescerem com o dinheiro captado. Mais do que tapar buracos, as instituições financeiras, tanto públicas quanto privadas, precisam ser convencidas de que as causas dos problemas serão resolvidas, não só os efeitos.

 

Me diga, como é que você vai saber sua capacidade de pagamento, se sua empresa é uma bagunça? E o grau de alavancagem? E o risco de você trocar de carro e queimar o capital de giro? Onde está a governança? Muitas vezes o empresário nem sabe o que é isso! Daí o risco de emprestar é grande mesmo e as barreiras começam a fazer sentido. Se o empresário não sabe demonstrar um plano para honrar o pagamento dos contratos ou dos dividendos futuros, daí complica.

 

Empresas bem estruturadas podem alavancar muito seu crescimento por meio da captação de recursos financeiros bem planejadas. Dinheiro tem aos montes no mercado. O que faltam são bons projetos para se investir, e claro, empresários competentes e conscientes (dos números) do seu negócio.

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