O Indicador Mais Importante

Este é o primeiro artigo da Série Fundamentos de Valor. Hoje vamos falar sobre o Crescimento da Geração de Caixa. Nestes materiais, vamos ajudá-lo a entender melhor quais são os fundamentos que estão diretamente relacionados ao Valor da sua Empresa.

 

Empresário, você sabe quanto vale sua empresa? Saberia dizer como alavancar seus resultados e maximizar o valor do seu negócio?

A grande maioria dos empreendedores não conhece o valor de seu próprio negócio. Isso pode custar muito caro, tanto para os sócios, quanto para a empresa.
Desconhecer o Valuation (termo em inglês para Valoração de empresas e ativos) é a mesma coisa que navegar sem saber o porto final, ou seja, provavelmente haverá um gasto muito maior de tempo, dinheiro e energia, sem garantia de se chegar no destino desejado. O valor da empresa (valuation) é um guia para empresários levarem seus negócios para um novo patamar de gestão e resultados.
O Valor da Empresa é o indicador mais importante de toda e qualquer empresa, pois contempla todas as premissas que fazem o negócio prosperar (ou não).

 

Não saber o valor da empresa pode resultar em:

  • Dificuldades para alcançar um sonho grande;
  • Pouco ou nenhum foco nas estratégias do negócio;
  • Muito trabalho operacional e pouco tempo para se dedicar a temas mais estratégicos;
  • Fluxo de informações altamente dependente dos sócios;
  • Sobrecarga de trabalho e menos tempo para si mesmo, família e amigos;
  • Conhecimento superficial do negócio;
  • Pouca capacidade na captação de novos recursos;
  • Pouca capacidade de inovação;
  • Dificuldades para negociar a entrada de novos sócios;
  • Problemas para vender a empresa;
  • Dificuldades para negociar participações societárias;
  • Confusão sobre qual caminho seguir e sobre o que priorizar.

Para se chegar a este indicador de valor justo (considerado um dos mais importantes de toda e qualquer empresa) é preciso explorar diversos fundamentos econômicos, financeiros e estratégicos que irão sustentar a performance ao longo dos anos, possibilitando chegar ao maior valor de mercado possível.
Conhecer os Fundamentos de Valor da empresa é essencial para ter uma atuação mais estratégica, que possibilite focar naquilo que é mais importante – a demarcação exata de onde ela está atualmente – para então poder traçar, com solidez, os caminhos e prioridades do futuro.

Entender VALOR é a chave que o levará ao próximo nível nos negócios, trazendo mais resultados tanto para a empresa quanto para a sociedade.

 

Do ponto de vista econômico global, VALOR está relacionado a tudo que está agregado ao negócio, como seus ativos, passivos, qualidade da equipe e cultura, marca, presença geográfica, carteira de clientes, processos, sistemas, produtos, etc. Como diz Warren Buffett, um dos maiores investidores de todos os tempos: “preço é o que você paga, valor é o que você leva”.
Coloque-se no lugar do comprador e tente enxergar pela perspectiva de investidor (o que, de fato, você é, pois investe tempo e dinheiro no seu negócio).

 

É preciso saber exatamente quais serão seus RISCOS e RETORNOS para poder tomar a melhor decisão possível.
Nesta série de artigos, iremos explorar 12 grandes fundamentos que baseiam e dão sustentação ao valor de uma empresa. Esses fundamentos (ou value drivers) deverão se tornar sua prioridade (FOCO) daqui pra frente, pois são o fundamento no qual o Valor de um negócio de sucesso se apoia.

 

Cada pilar é uma área que deverá ser desenvolvida a fim de se melhorar a performance do negócio como um todo. Quanto melhor a performance, menos riscos e maior retorno, chegando assim a uma maior valorização da sua empresa ao longo do tempo.

 

 

Crescimento da Geração de Caixa

Sua empresa consegue demonstrar um crescimento consistente na geração de caixa?

“Ao se avaliar uma empresa, o principal objetivo é precificar sua capacidade de gerar benefícios econômicos de caixa no futuro. Ativos tangíveis (edificações, máquinas, equipamentos etc.) e intangíveis (marcas, patentes etc.) somente apresentam valor econômico ao demonstrarem capacidade em gerar retornos de caixa disponíveis no futuro.” Assaf Neto
Sempre comento com meus clientes sobre a chamada “última linha”, que é vital para o valor da empresa. Trata-se da Geração de Caixa da empresa, também conhecida como lucro Líquido (regime de competência). Faturou, gastou e no final, quanto sobrou? O que excede (ou falta) é a “última linha”. Ela é o resultado final da competência do negócio em gerar resultados tangíveis, mensuráveis, significativos.
O crescimento da Geração de Caixa é um fundamento de valor, pois é dele que vem o oxigênio necessário para a empresa se manter saudável e operante ao longo do tempo. O fluxo desse oxigênio chamado Caixa é uma questão óbvia e básica. Sem ele não há fôlego nem capacidade para ir adiante. É por isso que vamos focar daqui pra frente na Geração de Caixa, pois o lucro líquido, apurado pelo regime de competência apresenta algumas limitações.

 

As limitações do Lucro:

  • Não considera o risco do negócio;
  • Não incorpora o custo do capital do acionista (custo de oportunidade);
  • Não representa dinheiro em caixa (pois é apurado em regime de competência);
  • Não considera o valor do dinheiro no tempo.

 

Embora na ordem lógica da DRE (Demonstrativo de Resultados) e da DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa) a última linha seja a mais importante, ela será a primeira coisa que um investidor vai analisar, pois ali está demonstrado por A + B, qual é a margem que o empreendimento alcança no final das contas. Exemplo: não adianta faturar $ 10 milhões/mês se a empresa gasta $ 12 milhões/mês e no final, sempre faltam $ 2 milhões/mês.
O caixa precisa apresentar um padrão de crescimento orgânico, saudável ao longo dos anos. Isso tem muito valor pois está diretamente relacionado ao risco. Se existe um histórico de pelo menos três anos de bom crescimento, entende-se que a gestão é séria, comprometida com a qualidade das receitas, custos e despesas, e assim, o risco é menor. Pode-se prever o futuro do negócio com maior probabilidade e, ao adquirir a empresa, este ativo passará para o investidor com grande grau de confiabilidade.
Pense claramente: se a empresa consegue sustentar lucros crescentes ao longo do tempo, é porque, no mínimo, ela tem um bom produto/serviço e possui uma gestão séria e comprometida, voltada para o longo prazo. Ninguém consegue isso sem aplicar uma enorme quantidade de boas práticas na gestão comercial, financeira e administrativa. Não tem mágica e, sim, trabalho duro e inteligente.
Jim Collins, em seu livro Feitas para Vencer, pesquisou exaustivamente empresas que eram apenas boas e se tornaram excelentes. Umas das grandes estratégias que elas tiveram em comum foi encontrar formas de “gerar com eficácia fluxo de caixa e lucratividade de modo substancial e contínuo”. É óbvio que isso não aconteceu do dia para a noite e exigiu um esforço consciente enorme, utilizando-se amplamente de eficiência, tecnologia e escala. A questão aqui é: a gestão financeira e estratégica deve ser prioridade na sua empresa e ser levada em conta antes de tomar qualquer decisão.
Crescimento da Geração de Caixa é o primeiro e o mais importante pilar dos negócios de valor, pois é o que tem a maior influência nas análises de Valuation, risco e retorno.

“Mas como eu encontro este indicador de Geração de Caixa?”

 

Veja abaixo um exemplo de Fluxo de Caixa e como extrair este indicador:

tabela01

 

  • Defina um período para analisar, pode ser dia, semana, mês, trimestre ou ano. Analisar meses já fechados é mais fácil;
  • Confira com os dados de entradas e saídas nos extratos dos bancos. Essa conferência (conciliação) é fundamental para dar consistência à análise;
  • Some TODAS AS ENTRADAS de vendas. Atenção: some apenas as vendas que EFETIVAMENTE entraram na conta corrente da empresa e/ou no caixa interno;
  • Some TODAS AS SAÍDAS, sejam elas custos (variáveis) ou despesas (fixas). Some tudo e, de novo, confira com os extratos dos bancos pra ver se esses gastos realmente saíram da conta (pagos de verdade);
  • Agora diminua o total de Entradas do total de Saídas e pronto, eis sua Geração de Caixa (GCX = ENTRADAS – SAÍDAS)

 

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: a Leão Bravo utiliza o padrão do IFRS mesmo no método direto, pois permite uma análise mais clara e estratégica do negócio.

 

O Fluxo de Caixa é o conjunto de entrada e saída de dinheiro ao longo do tempo e trata-se de uma das mais importantes ferramentas de gestão financeira existentes.É um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o administrador a tomar decisões sobre a saúde financeira da empresa.
O Fluxo de Caixa salva vidas e a falta dele é uma das principais causas de falência que existem, segundo o próprio Sebrae. Se você ainda não tem um, providencie o quanto antes.

 

Não possui um fluxo de caixa controlado, muito menos a capacidade de analisá-lo dessa forma? A Leão Bravo pode lhe ajudar .

 

“Mas como eu posso melhorar este indicador de Geração de Caixa?”

 

A geração de caixa de empresa poderá ser afetada por uma série de fatores internos e/ou externos. O administrador deve estar preparado através das indicações observadas no fluxo de caixa para tomar as medidas corretivas em tempo hábil, de forma a minimizar o impacto nas empresas. Por meio da ferramenta do fluxo de caixa, a empresa poderá determinar com precisão a sua situação financeira, identificando facilmente os problemas e as causas.

 

Fatores internos

•    Expansão descontrolada das vendas, implicando em um volume maior de compras;

•    Aumento concedido no prazo de vendas como forma de aumentar o grau de competitividade da empresa, bem como sua participação no mercado;

•    Capitalização inadequada com a consequente utilização de capital de terceiros, aumentando o seu nível de endividamento;

•    Compra de mercadorias e insumos em volume incompatível com as projeções de vendas;

•    Diferenças acentuadas entre giro de contas a pagar e a receber em decorrência dos prazos médios de recebimento e pagamento;

•    Giro de estoque muito lento, significando o carregamento de produtos obsoletos ou de difícil venda, imobilizando recursos da empresa;

•    Baixa ocupação do ativo fixo, gerando a necessidade de novas aquisições;

•    Distribuição de lucros incompatível com a capacidade de geração de caixa;

•    Custos financeiros elevados em decorrência de um nível de endividamento incompatível com a estrutura de capital da empresa;

•    Política salarial totalmente incompatível com o nível de receitas e despesas operacionais.

Fatores externos

•    Redução das vendas causadas por uma retração do mercado;

•    Entrada de novos concorrentes no mercado;

•    Alteração nas alíquotas de impostos;

•    Aumento geral do nível de inadimplência;

•    Aumento dos custos com fornecedores.

Sintomas de desequilíbrio financeiro

•    Insuficiência de caixa;

•    Captação sistemática de recursos através de empréstimos;

•    Excesso de investimento em estoque;

•    Prazo médio de recebimento maior do que o prazo médio de pagamentos;

•    Excesso de investimento em ativos fixos (imobilização);

•    Prateleiras vazias;

•    Baixo giro de estoque e ciclo de produção elevado.

Consequências do desequilíbrio financeiro

•    Maior grau de vulnerabilidade diante das flutuações nas condições do mercado em que a empresa atua;

•    Atrasos nos pagamentos, aumentando as perspectivas de concordata e falência.

Algumas medidas para alcançar o equilíbrio financeiro

•    Aumento do capital próprio através do aporte de novos recursos dos proprietários atuais ou através de novos sócios;

•    Controle rígido de custos e despesas operacionais;

•    Venda de ativos ociosos;

•    Adequação das retiradas de lucros dos sócios;

•    Adequação do nível de operações quanto aos recursos disponíveis.

 

Não é à toa que existe um famoso jargão no mercado que diz assim: “Faturamento é ego, lucro é conceito e o caixa é o rei”. Sabe por quê? Assista ao vídeo  para entender melhor.
Se este artigo te inspirou a pensar de forma diferente sobre o valor do seu negócio, compartilhe conosco sua opinião. Responderemos diretamente seus comentários e criaremos um ambiente para troca de ideias e soluções para maximizar o valor da sua empresa.

 

No próximo artigo desta série, vamos nos aprofundar nos Fundamento de Valor e falar sobre o Potencial do Nicho de Mercado que sua empresa tem, considerando as peculiaridades de cada setor. Não perca!

 

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8 respostas para “O Indicador Mais Importante”

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